Não, não escolheria o meu filho se tivesse que optar entre ele e o meu marido. Não há escolha possível. Não viveria feliz sem um deles. Somos um trio invencível e inseparável. Somos como aqueles triciclos de três rodas, que quando uma se solta, já não consegue andar.
Antes de ser mãe, era mulher, companheira, melhor amiga e confidente. Depois de ser mãe continuo exatamente a mesma pessoa. A única diferença é que tenho o fruto do nosso amor para cuidar e amar.
Se há quem só veja o filho à frente? Sim… mas eu não. Amo o nosso filho mais do que tudo nesta vida. Mas também te amo a ti. Também preciso de ti, do nosso espaço, do nosso canto… Das férias sem ele sem remorsos, dos fins de semana para namorar, das noites loucas de amor sem o bebé a chorar.
Sim, também preciso de sair à noite para bares ou discotecas contigo e com os nossos amigos, beber copos, apanhar bebedeiras (vá, agora só fico alegre), dançar e curtir até de manhã, se for preciso.
Valha-nos os avós, que ficam com ele… Não há amor maior. É um prazer vê-lo crescer feliz na casa dos nossos pais, como nós fomos na infância. Nunca o vou privar disso. Porque eu também preciso. Nós precisamos.
Claro, é só às vezes… Estou para aqui a falar, mas apesar de nos saber muito bem (muito bem mesmo!) ficar sem o nosso filho para descansar, dormir ou arejar com os amigos, temos sempre uma espécie de saudadinha parva. Se passa a semana birrento, só me apetece enviá-lo logo para a casa dos avós, onde curiosamente se porta bem melhor… Mas depois quando vai mesmo, sentimos falta daquele puto charila mais lindo.
Mas a vida é mesmo assim, pelo menos a minha. Não deixei de ser mulher. Não sou apenas mãe… Sou aquela miúda que adora dançar e dormir até ao meio-dia, comer Mc Donalds de madrugada depois de ir à discoteca, falar com o maridão até altas horas, no fundo fazer vida de miúda sem responsabilidades… mas só de vez em quando!
Porque antes de ser mãe, era eu… E esse EU ainda existe e está bem vivo!
Texto: Ana Mendes para crescercontigo.pt
A todas as mães que não se esquecem do homem que amam… nem do seu «eu»!