Criança mimada é falta de educação, sim. E a culpa é dos pais!

Criança mimada é culpa dos pais, sim!

Mesmo que você não tenha filhos, provavelmente já presenciou cenas semelhantes:

Criança a jogar-se ao  chão e a gritar por que não recebe na altura que quer o que está a pedir;

Criança a gritar com os pais e até mesmo a bater neles por não receberem o que querem, na altura que querem;

Criança a jogar comida no chão por que não é o que quer comer.

Pois esse comportamento é de criança mimada e indica, sim, falta de educação.

Para a psicóloga Laurema Suckow de Castro uma geração de “crianças mimadas” está a formar-se por uma mudança social e até económica. “O pais e as mães estão muito mais ausentes, trabalham muito. As crianças ficam muito ligadas aos aparelhos tecnológicos e têm pouco contato com a família. Isso desencadeia um comportamento social sem muitos limites”, explica.

Limite, aliás, é a palavra chave para lidar com uma criança mimada e também pode ser a “salvação” para esse tipo de comportamento.

O problema, conforme analisa a psicóloga, é que a culpa dos pais acaba por desencadear um comportamento vicioso. Os pais não querem repreender a criança porque sentem culpa por não passar mais tempo com ela. Os filhos percebem essa culpa dos pais e usam em seu próprio favor, testando limites e – também – a paciência.“Uma criança mimada é uma criança que tem baixa tolerância à frustração. Não sabe ouvir um não e não consegue comportar-se bem socialmente”, explica Laurema. Esse “não consegue” passa pela questão da criança saber que os pais não vão repreendê-la num lugar público, por isso acaba por colocar a família numa situação constrangedora.

O que fazer nestes casos?

Ser firme. Por mais que a culpa bata, os pais devem saber que os limites são essenciais na educação dos filhos e que são eles – os pais – que sabem o que é melhor para as crianças durante a infância. Isso significa saber comportar-se durante um passeio e até comer o que os pais indicam, já que os adultos têm mais experiência para saber o que faz bem do que uma criança.

Parece lógico, mas muitos pais têm dificuldades em colocar limites nas crianças e terceirizam essa função, seja para a escola ou para especialistas. Laurema salienta que uma situação muito comum hoje em dia é os pais procurarem diagnósticos para criança, chamando-a de hiperativa ou mesmo procurarem ajuda médica para lidar com um comportamento inadequado.

“Há diferenças grandes entre uma criança com alguma síndrome e uma criança sem educação, sem limites. Os pais não podem confundir. Na dúvida, é importante procurar orientação”, salienta Laurema.

O que fazer?


A psicóloga dá algumas dicas para lidar com crianças que estão a fazer birra ou manha constantemente. Veja:

Tenha controle da situação. Lembre-se: quem sabe o que é melhor para as crianças são os adultos e não elas.

Seja firme. Não volte atrás numa decisão. A criança precisa confiar e sentir-se segura com a decisão do adulto.

Não sofra. Saiba que impor limites é positivo para a criança. Uma criança mimada é manipuladora e sabe o “ponto fraco” dos pais. Não caia no jogo.

Fuja do consumismo. Não tente compensar o tempo que você passa fora com presentes. O que vale é a qualidade do tempo também, portanto, presentes, só em datas especiais.

Dê tarefas para que as crianças cumpram de acordo com a idade e maturidade delas. Estimule a independência.

Faça combinações e mantenha as regras. Antes de sair de casa para um passeio, lembre os acordos da família: nada de birra, manha ou pedir para comprar alguma coisa. Não dá para fazer tudo o que as crianças querem, isso prejudica um crescimento saudável!

Fonte: Prof Coruja adaptado por Ser Mãe