Uso de tablets e smartphones em demasia causa miopia em crianças

Basta dar uma volta na rua, entrar num centro comercial, autocarro, carrinha escolar e constatar. Pessoas absorvidas pelas telas dos seus telemóveis estão por toda a parte. E elas são cada vez mais jovens, crianças pequenas, inclusive. Sem entrar no mérito sobre a falta que faz o contacto olho no olho, o fato é que o uso excessivo da visão de perto (utilizada quando estamos colados nas pequenas telas de nossos smartphones) tem trazido consequências preocupantes para a população em geral. A miopia é a consequência mais frequente. E especialistas alertam: essa deficiência – que dificulta a visualização de objectos que estão longe, causada pelo aumento anormal do olho – tem se manifestado cada vez mais precocemente, tornando-se também mais intensa.

O que é miopia infantil

Segundo a especialista, a doença está associada ao esforço acomodativo, ou seja, o ato repetitivo de ver coisas pequeninhas muito de perto, em movimento ou no escuro. “Se a criança passa muito tempo em frente ao computador, joguinhos de telemóvel, ler ou ver  TV no escuro ou ainda assistir a filmes no DVD no carro, o cérebro ‘entende’ que o importante é a visão de perto, que vai ficando cada vez melhor, em detrimento da visão de longe”, explica.

É importante saber que esse não é o único factor que conta para o surgimento da doença. Também há predisposição genética e outras influências ambientais. Por causa disso, os aparelhos electrónicos podem causar um prejuízo ainda maior para quem já tem possibilidade de desenvolver a miopia, por ter parentes que apresentem esse quadro na família ou apresentar essa tendência em exames de rotina.

Como evitar

Evitar o exagero da tecnologia e realizar exames periodicamente é essencial. O primeiro deles, conhecido como teste do olhinho deve ser feito logo que a criança nasce, ainda na maternidade. Ele pode detectar problemas como catarata, glaucoma congénito e ainda opacidades congénitas de córnea, tumores ou inflamações intra oculares e hemorragias intra vítreas.

Depois disso, ao longo do desenvolvimento da criança, é preciso levar a criança para fazer uma avaliação oftalmológica completa de seis em seis meses até completar dois anos de idade, e depois marcar exames anuais até os 10 anos ou sempre que houver necessidade.

Sintomas

É muito difícil perceber os sintomas na fase inicial, por isso a importância dos exames. “Os sinais mais perigosos indicativos de doença ocular são o aparecimento de um reflexo esbranquiçado nas fotografias, assimetria do reflexo vermelho do flash entre os olhos e estrabismo (desvio dos olhos)”, enumera Dra. Rosane.

Fique atento também a dores de cabeça frequentes, ao franzir da testa e apertar os olhos para ler e a necessidade se sentar muito próximo do quadro na escola ou mesmo da televisão. Todos esses podem ser sintomas de miopia, hipermetropia e astigmatismo.