Olá mamãs,
Alguma de vocês sabe do que se trata? Vão gostar desta forma de educar os vossos filhos. Leiam!
Segundo a psicóloga Marilda Lipp, Educação Afetiva “é um conjunto de práticas parentais que objetiva, acima de tudo a valorização do ser humano… (nela) os pais dão liberdade, mas estão sempre presentes para atuar, se for necessário”.
Por outras palavras é a forma como, no quotidiano da vida do adolescente, os pais reconhecem, valorizam e incentivam o florescimento do “lado bom” dos filhos, orientando-os de modo que possam fazer escolhas responsáveis e conscientes e, acima de tudo arcar com os resultados dessas escolhas.
Pais que educam os filhos desta forma, não os protegem o tempo todo, não lhes dão tudo que querem, ao contrário, possuem a coragem de dizer “não”; deixam os filhos fazerem escolhas, orientando-os para possíveis consequências, estão vigilantes e alertas para o apoio necessário quando os filhos “erram” e valorização e estímulos quando acertam. Não se projetam nos filhos, não tentam suprir as suas lacunas emocionais através da vida deles.
Se observarmos o mundo hoje, veremos que carecemos de educadores que promovam uma Educação Afetiva.
Na luta diária que é educar filhos, percebemos que ceder é geralmente a melhor estratégia, se você, pai/mãe, não quiser ganhar um chapéu pontiagudo preto, uma vassoura voadora e verrugas no nariz; você é vencido pela incansável capacidade que o seu “reizinho mandão” tem de colocar o dedo na sua ferida, indo direto ao point da sua culpa.
Ah, filhos são seres altamente sagazes, observadores, manipuladores e cruéis quando querem algo! E sabem muito bem como conquistar o que desejam… aprenderam isso com quem mesmo?
Diante da culpa, todo e qualquer pai/mãe menos avisado e emocionalmente mais instável cede e o resultado disso vemos aos montes na media, nas ruas, nos shoppings.
Filhos de pais permissivos crescem e tornam-se adultos ansiosos e com baixa tolerância à frustração, tornam-se depressivos, desenvolvem síndromes mil e são “pessoas metade” (aquelas que precisam receber provisão de segurança e reconhecimento constantemente e usam os outros para isso), altamente infelizes e sofrem e fazem sofrer.
O contrário disso também é um problema! Pais altamente autoritários, com mania de perfeição, geram adultos que têm medo da própria sombra, são inseguros, ansiosos, depressivos, apáticos diante da vida, também desenvolvem síndromes mil, também são “metades”, que sofrem e fazem sofrer.
Como ser um “pai/mãe afetivo(a) e ajudar o seu filho adolescente a ser um adulto mais ajustado, mais equilibrado? Esta é uma tarefa trabalhosa, mas possível.
No livro “Adolescentes e seus dilemas”, cuja organização esteve a cargo da psicóloga Marilda Lipp, ela dá-nos algumas dicas:
1) Entenda que a adolescência e toda a sua montanha russa emocional um dia passarão. Embora hoje os seus filhos pareçam rejeitar todos os valores familiares que você tenta ensinar-lhes (pelos exemplos, mais que por palavras), passada a crise adolescente, eles serão incorporados e passarão a ser vivenciados;
2) Cuide da sua saúde emocional para não correr o risco de transferir e cobrar do seu adolescente sonhos e atitudes que são suas e não dele. Observe também onde você está a descarregar o seu stress… Lembre-se, os filhos aprendem pela observação, mais que pela audição;
3) Estabeleça o diálogo, ouvindo o que seu filho adolescente tem a dizer, mesmo que você não concorde. Ajude-o a olhar a situação de diferentes ângulos, dê a ele liberdade de escolha quando for possível. E não tenha medo de dizer não e impor limites quando for necessário. Faça isso sem julgamentos e condenações, estabeleça um juízo de razão, onde você faz as perguntas que promovem a reflexão. Trabalhe a sua frustração de ser o “desmancha prazeres” e entenda que o seu papel é o de educar e proteger, mesmo quando o filho diz não querer;
4) Haja com segurança. Converse com você mesma e entenda os seus motivos. Converse com o seu filho e construa acordos e regras com a participação dele. E uma vez fechados os acordos, mantenha-os, independente das “alfinetadas” que você receberá na hora que precisar dizer “não”.
5) Proteja o seu filho e, embora pareça polémico e invasivo, é a sua função como protetora e educadora, supervisionar o uso da internet. Temos sido testemunhas do que este mundo maravilhoso e ao mesmo tempo cruel pode fazer com os desavisados. Prevenir os comportamentos é melhor que puní-los!
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6) Esteja inteira no diálogo. Ouça com atenção, com respeito e cordialidade. Não julgue, não ofenda, não menospreze, não critique. Apresente argumentos que façam o seu filho adolescente pensar nas questões sob outra ótica. Dê abertura, mesmo quando o ponto de vista dele o chocar, algumas vezes é só para testá-la;
7) Pratique as Terapias do Abraço e do Elogio. Não custam nada e agradam muuuuito!;
8) Incentive o seu filho adolescente a praticar desportos ou a ter outras actividades que o integrem a outros jovens. Mas não o force, respeite as escolhas dele.
9) Conheça quem são os amigos do seu filho adolescente e se não tiverem valores morais iguais aos de sua família, ajude-o a repensar essa amizade;
10) Mostre ao seu filho adolescente o quanto a opinião dele é importante nas decisões familiares, isso fortalecerá o vínculo familiar e o fará sentir-se respeitado e integrado.
Em resumo, procure agir de acordo com a máxima cristã que nos ensina a tratar o outro como gostaríamos de ser tratados. Amor, atenção, proteção e respeito são requesitos fundamentais numa Educação Afetiva. Não custam caro, só dependem do seu querer.
Exercite isso! O seu filho e o mundo agradecerão, tenha a certeza.
Fonte: Fãs da Psicanálise