Uma série de factores é responsável por determinar o género do bebé. Mas, é o cromossoma carregado pelo espermatozóide do pai que determina se o feto vai ser uma menina ou um menino. O que um estudo recente indica, no entanto, é que a condição do corpo da mãe, que aloja o embrião, também pode, indirectamente, influenciar. O estudo é da universidade de Oxford, da Inglaterra, foi publicado em 2011 e conduzido pela pesquisadora Cecilia Pyper. De acordo com informações do tablóide britânico Daily Mail, o responsável pelas alterações é o cortisol, hormónio libertado em situações stressantes.
Os problemas em casa, a pressão no trabalho e as dúvidas da vida amorosa libertam o cortisol que, acumulado meses ou semanas antes da fecundação, pode aumentar a probabilidade de a mulher dar à luz uma menina.
Como isso é possível?
É sabido que o género do bebé é determinado pelo cromossomo x (determinante de menina ao se juntar com o x da mãe) ou y (determinante de menino ao se juntar com o x da mãe) carregados pelo espermatozoide do pai e que essa definição já acontece no momento da fecundação. Mas, o que os cientistas afirmam é que o cortisol, embora não altere a fecundação, deixa o ambiente uterino mais hostil à implantação de embriões de composição xy. É como se, resumidamente, o zigoto que vai dar origem a uma menina pudesse resistir aquele ambiente, e o do menino não – e, por isso, a gestação de mulher sob os efeitos do hormónio encontrasse mais dificuldades para continuar caso fosse de um futuro bebé do género masculino.
Estudo
A pesquisa surgiu depois da análise de outros estudos, como aqueles que apresentaram indícios de que meses após os ataques terroristas nos Estados Unidos, em 2011, o número de meninos nascido em Nova Iorque diminuiu muito. O mesmo aconteceu no período da crise económica que começou em 1991 depois da Queda do Muro de Berlim.
A diferença é que nesta nova investigação, o stress quotidiano também altera a implantação uterina. Para as pesquisas, 338 mulheres do Reino Unido que estavam a tentar engravidar foram acompanhas. Durante esse período, elas fizeram anotações sobre a sua rotina e exames de níveis hormonais, incluindo o cortisol.
Dos bebés nascidos, 58 eram do género masculino e 72 do feminino, números que contrariam a média da Grã-Bretanha que é de 105 meninos para cada 100 meninas. Aquelas que tiveram filhas estavam com os maiores níveis de cortisol, chegando a ter até 50% a mais do que as mães de meninos. Com isso, os cientistas apontaram que mulheres mais expostas ao hormónio do stress tiveram as hipóteses de ter menino reduzidas em 75%.
A indicação do estudo, então, é que os zigotos compostos pelos cromossomos xy (menino) são mais frágeis e, por isso, mais suscetível a serem abortado caso os níveis do hormónio aumente. É isso, portanto, que pode diminuir o número de nascimentos de meninos, que não sobreviveriam ao meio uterino, e evidenciar o de meninas, que seriam mais resistentes.
De acordo com os responsáveis pela pesquisa, apenas um número reduzido de mulheres foi estudado e ainda é preciso muito trabalho para chegar a alguma conclusão afirmativa.
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