Mais de duas horas por dia em frente a um ecrã diminui inteligência das crianças

As crianças que passam mais de duas horas por dia em frente a um ecrã têm menor capacidade de aprendizagem que outras que limitam essa exposição, alertam cientistas.

O estudo conduzido por investigadores canadianos (Instituto CHEO / Universidade de Ottawa / Unversidade Carleton) acompanhou 4.520 crianças entre os 8 e 11 anos nos Estados Unidos. Em média, estas crianças passavam 3,6 horas por dia agarradas a um ecrã – telemóvel, tablet, computador, televisão…

A investigação teve em conta as recomendações de um plano canadiano de saúde infantil denominado Movimento 24 horas: entre 9 a 11 horas de sono, pelo menos 1 hora de exercício diário e menos de 2 horas de exposição a ecrãs por dia.

Da totalidade das crianças norte-americanas envolvidas no estudo, apenas uma em 20 (5%) cumpre as três recomendações. Quase uma em cada três (29%) não cumpre nenhuma.

Depois de efetuados testes cognitivos à linguagem, memória, reação, concentração, as conclusões, publicadas na revista científica Lancet Child and Adolescent Health, são muito claras: há uma relação muito direta entre o excesso de uso destes dispositivos e a inteligência das crianças, num momento fundamental para o seu desenvolvimento.

“Percebemos que mais de duas horas de tempo recreativo em frente a um ecrã resulta num pior desempenho cognitivo nas crianças”, indica Jeremy Walsh, investigador do Instituto CHEO, citado pela agência France-Press.

As recomendações do Movimento Canadiano 24 horas, publicadas em 2016, estão em conformidade com as da Organização Mundial de Saúde, embora esta última não faça referência específica ao ecrãs, sublinha o estudo.

Pedagogos e cientistas estão no entanto a fazer cada vez mais advertências sobre esta questão, apontado para consequências que vão desde dificuldade de concentração até ao vício.

Fonte: Sic Notícias