Esta fase da vida. Como é difícil!

Esta fase da vida. Como é difícil, gente.

Eu estou falando com você, mãe por volta dos 30. Você tem filhos. Provavelmente dois, três, talvez quatro deles. Eles provavelmente estão na faixa etária que vai de recém-nascidos até 7 ou 8 anos de idade. (Tirando aqui e ali, em todas as estatísticas acima mencionadas).

Nessa fase da vida você está a lidar com a exaustão. Mental, física e emocional.

Nessa fase da vida, você está a lidar com dentes a nascer. Com infecções de ouvido. Com viroses. Você está a fazer malabarismos para encaixar os horários das sonecas com os horários das refeições e as aulinhas de futebol. Tentando equilibrar um milhão de bolas nesse malabarismo diário, e provavelmente sentindo como se estivesse deixando cair a maioria delas.

Nessa fase da vida, você está a lidar com a culpa. Culpa por ter uma carreira e não passar tempo suficiente com os seus filhos. Ou culpa por ficar em casa com os seus filhos e não fazer o suficiente para contribuir financeiramente. Culpa por estar sendo muito dura com os seus filhos. Ou demasiadamente maleável. Culpa porque a sua casa está limpa, mas os seus filhos foram ignorados o dia todo. Ou culpa porque você curtiu os seus filhos durante todo o dia mas agora o seu marido está de volta do trabalho e encontrará uma casa suja. CULPA.

Nesta fase da vida, você é bombardeada diariamente por uma série de decisões. Algumas delas possuem a capacidade de mudar o percurso da sua vida, outras não. Para nenhuma delas existem respostas únicas e bem definidas. Vacino os meus filhos? Ou não? Mando-os para a escola pública? Escola privada? Ensino-os em casa? Continuo a amamentar? Aperto ainda mais o orçamento para que eu possa comprar apenas comida orgânica? Posso forçar o meu filho a pedir desculpas, mesmo que o pedido de desculpas será insincero? Você não tem as respostas para tudo, mas você sente uma pressão constante para tomar decisões acertadas.

Essa fase da vida é cada vez menos sobre ver os seus amigos a casar e a ter filhos, e mais e mais sobre testemunhar os seus amigos a lutar para salvar um casamento, e às vezes a divorciarem-se. É uma fase em que você mesma tem que investir tempo, esforço, trabalho e energia para se certificar de que o seu próprio casamento permaneça saudável. E isso é bom, mas é difícil também. Nesse estágio da vida, você ou alguém que você conhece já lidou com infertilidade. Abortos espontâneos. Perda de um filho.

É uma fase em que você está a comprar casas, a vender casas, reformando, mudando-se. Apenas para, daqui a alguns anos, fazer tudo novamente.

É uma fase em que as suas hormonas estão enlouquecidas. E com razão. Você basicamente esteve grávida, no pós-parto, ou amamentou  nos últimos anos, certo?

É uma fase em que você está a sofrer para estabelecer uma identidade. A minha identidade inteira se resume a “mamã”? Existe alguma coisa que ainda resta de mim que não seja sobre a maternidade? Existe algo mais glamoroso que eu poderia ou deveria ter feito com a minha vida? Eu já pareço uma mãe agora, não é? Sei que sim.

É uma fase em que você está numa busca constante por equilíbrio, e nunca consegue alcançá-lo.

É uma fase da vida onde você está sobrecarregada. Constantemente. Você está sobrecarregada de perguntas. Os seus filhos nunca param de fazer perguntas. Você está sobrecarregada de tanto toque. Você está constantemente carregando alguém ou alguém está constantemente segurando você, pendurado em você, tocando você. Você está sobrecarregada de afazeres. Há muito a fazer. A lista nunca acaba. Você está sobrecarregada de preocupação. Você está sobrecarregada de coisas. Como os muitos brinquedos que os seus filhos têm. Você está sobrecarregada de atividades. Você está sobrecarregada de pensamentos (ideias sobre como não estar sempre tão sobrecarregada, talvez?).

É difícil.

Então… o que você precisa fazer para sobreviver a tudo isto?

Você precisa pedir ajuda.

Você precisa aceitar ajuda quando te for oferecida.

Você precisa não negligenciar o seu casamento. Você precisa colocar os seus filhos na cama cedo. Sentar na varanda com o seu marido, beber uma taça de vinho e ter uma conversa agradável.

Você precisa de amigas.

Você precisa da sua mãe.

Você precisa de amigas mais velhas, que já passaram por isso. Que podem te assegurar que você não está a fazer tudo errado assim como você pensa que está.

Você precisa não se sentir mal em usar o tempo da soneca dos filhos para fazer algo para você, inclusive descansar também.

Você precisa ajustar as suas expectativas… E depois provavelmente ajusta-las novamente.

Você precisa simplificar. Simplifique cada parte da sua vida, tanto quanto possa ser simplificada.

Você precisa aprender a dizer “não”.

Você precisa praticar o contentamento.

Você precisa ficar bem em deixar os seus filhos durante a noite, e ir a algum lado. Qualquer lado.

Você precisa fazer algo que você gosta, todos os dias, mesmo que seja por não mais de 15 minutos.

Você precisa rezar. Colega, como você precisa rezar.

Você precisa de um café que você ame, um vinho que você ame, e um banho de espuma que você ame.

Finalmente, e talvez mais importante, você precisa lembrar que…

Esta fase da vida é bonita também. Realmente muito bonita. Esta é a fase da vida sobre a qual cada pessoa mais velha com quem você encontrar dir-lhe-à sempre que “você vai sentir saudades.” E você já sabe que é verdade. É a fase em que os seus filhos mais te amam. Nunca mais, por toda a sua vida, os seus filhos te amarão assim de novo. É a fase em que eles encaixam corpinhos inteiros no seu colo procurando aconchego… Enquanto eles ainda conseguem, e o mais importante, enquanto ainda querem. É a fase em que os seus maiores problemas são apenas infecções de ouvido e dentes a nascer e viroses, e ainda não tem de lidar com coisas como corações partidos ou vício ou bullying. É a fase em que você está a aprender a amar o seu parceiro de uma maneira completamente diferente. Mais difícil mas também melhor. A fase em que vocês estão a aprender juntos, crescer juntos, a ser testados, tendo o egoísmo dissipado, e realmente transformado-se em “um”. É a fase em que você começa a ver o Natal, Halloween, a Páscoa através dos olhos dos seus filhos e é muito mais divertido e mágico do que seria apenas através dos seus próprios olhos. É a fase em que você vivencia os seus pais como avós… e eles são ainda melhores. É a fase da vida cheia de excursões escolares, festinhas de aniversario, fantasias, aulinhas de natação, banhos de espuma, dentes soltos e primeiros passos. E essas coisas são tão divertidas. É a fase em que você é jovem o suficiente para se divertir, mas tem idade suficiente para ter obtido pelo menos um pouco de sabedoria. É tão linda e divertida essa fase.

Mas bolas, como é difícil!

Fonte: Austin City Moms