Amigdalite – Sintomas, Causas e Tratamento

O que é a Amigdalite?

A amigdalite é a inflamação com inchaço nas amígdalas. Amígdalas são uma espécie de gânglios linfáticos localizados na parte lateral da garganta e na parte de trás da boca. Elas ajudam a manter bactérias e outros germes longe de locais em que possam causar infecções.

Ao todo, são quatro, porém, a olho nu, só se conseguem verduas, as palatinas – por isso que grande parte das pessoas consideram que somente possuem duas amígdalas.

A função desses linfoides é proteger o organismo, evitando, assim, que outros tipos de infecções aconteçam. Porém, por ser o primeiro órgão a entrar em contacto com agentes patógenos, é ele que primeiro fica infectado.

A doença atinge, na maioria das vezes, crianças. Em grande parte dos casos, a amigdalite é ocasionada por vírus, porém pode ter como causa bactérias e fontes desconhecidas também.

Tipos

Por ser um tipo de infecção irritante, ou seja, que causa muitos sintomas incómodos (como dor de garganta e dificuldade em respirar), a amigdalite pode ser dividida em 4 tipos distintos:

  • Amigdalite bacteriana: quando causada por bactérias;
  • Amigdalite viral: quando causada por vírus;
  • Amigdalite aguda:uma das infecções das vias aéreas de maior frequência, tem duração de até 3 meses;
  • Amigdalite crônica:quando a infecção dura mais de 3 meses ou é recorrente.

Causas

A amigdalite pode ser bacteriana, viral ou, ainda, nenhuma das duas – ainda se desconhece os fatores que desenvolvem a doença sem uma causa específica.

Amigdalite viral

A causa mais comum dentre os casos de amigdalite, ela pode ser causada pelos seguintes agentes virais:

  • Adenovirus:causa mais comum de grande parte dos resfriados;
  • Rhinovirus:causa mais comum de infecções virais em humanos;
  • Influenza:vírus causador da gripe;
  • Coronavirus:são conhecidas 6 estirpes desse vírus, sendo uma delas causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave;
  • Vírus Epstein-Barr: causador da mononucleose infecciosa(ou Doença do Beijo);
  • Vírus sincicial respiratório:causador frequente de várias infecções do trato respiratório;
  • Vírus Herpes simplex;
  • Citomegalovírus.

Amigdalite bacteriana

A bactéria mais comum causadora de amigdalite é a Streptococcus pyogenes, pertencente ao grupo A das estreptococas. Porém, a doença também pode ser causada pelas seguintes bactérias:

  • Staphylococcusaureus;
  • Mycoplasmapneumoniae;
  • Chlamydiapneumoniae;
  • Bordetellapertussis;
  • Fusobacteriumsp.;
  • Neisseriagonorrhoeae.

Grupos de risco

São dois os grupos de risco que possuem maior probabilidade de desenvolver uma amigdalite, são eles:

  • Idade pequena:a doença atinge com maior frequência as crianças, porém, as que tem menos de 2 anos de idade, raramente são afetadas. As amigdalites causadas por bactérias geralmente ocorrem entre as idades de 5 a 15 anos; já as amigdalites virais são comuns em crianças com menor idade do que essas últimas.
  • Frequente exposição a germes: crianças no período escolar, por estarem em constante contato com colegas e, consequentemente, com diversos agentes patológicos, podem também adquirir uma amigdalite mais facilmente.

Sintomas da Amigdalite

Além da dor de garganta, que é um sintoma característico da amigdalite, a doença ainda pode ser caracterizada por diversos outros, divididos em mais e menos comuns.

Sintomas mais comuns:

  • Amígdalas inchadas e vermelhas;
  • Dor ao engolir;
  • Febre;
  • Tosse;
  • Dor de cabeça;
  • Cansaço;
  • Calafrios;
  • Mal estar;
  • Manchas brancas com pus nas amígdalas;
  • Inchaço dos gânglios localizados no pescoço;
  • Dor nas orelhas e/ou no pescoço;
  • Perda de peso;
  • Dificuldade na ingestão de alimentos e/ou líquidos;
  • Dificuldade para dormir.

Sintomas menos comuns:

  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga;
  • Dor de estômago;
  • Língua “peluda”;
  • Mau hálito;
  • Alterações na voz;
  • Dificuldade em abrir a boca;
  • Perda de apetite;
  • Ansiedade e/ou medo de sufocar.

Amigdalite é contagioso?

A amigdalite é contagiosa, ainda mais quando ela é do tipo viral, e é feita pelo contacto com a saliva do paciente infectado. Para que a transmissão do agente patológico seja evitada, aconselha-se a seguir as seguintes dicas:

  • Tapar sempre a boca (com um lenço ou o antebraço) quando for tossir;
  • Lavar bem as mãos antes de manusear algo ou após usar o wc;
  • Não compartilhar itens de uso pessoal, como copos, talheres, toalhas, etc.

Diagnóstico

Primeiramente, é preciso ressaltar que, ao sinal de qualquer dor e/ou inflamação, a visita ao médico se faz necessária. No caso da amigdalite, quando algo já começa a incomodar o paciente, como a dor de garganta, o ideal é ir em busca de um diagnóstico com um médico otorrinolaringologista.

Uma vez no consultório médico, o diagnóstico pode ser dividido em 3 fases:

Clínica

O especialista irá analisar o relato dos sintomas que você apresentar e/ou descrever com base em:

  • Uso de um instrumento luminoso para verificar a garganta do paciente;
  • Verificar a possibilidade do paciente ter escarlatina, uma possível causa para a dor de garganta;
  • Apalpar suavemente o pescoço do paciente para ver se tem gânglios inchados;
  • Ouvir a respiração através de um estetoscópio;
  • Verificar se há alargamento do baço (um dos sintomas da mononucleose, doença causadora, também, pelo inchaço das amígdalas.

Análise de tecido

Para um tratamento correto, é preciso que o diagnóstico seja preciso. Para isso, uma análise de uma amostra do tecido das amígdalas se faz necessária, que irá identificar se a infecção está sendo causada por bactérias ou vírus.

Exame de análise de células

O médico poderá, ainda, solicitar um exame de sangue a fim de analisar as células do organismo do paciente. O resultado do exame pode identificar se ele possui faringite estreptocócica ou não; em caso negativo, esse exame pode auxiliar, então, na determinação da causa da amigdalite.

Veja também:

Síndrome Mão-Pé-Boca

7 Doenças mais comuns na infância

Tratamento para Amigdalite

Sendo a amigdalite viral ou bacteriana, os cuidados primários para a doença são os mesmos para todos os pacientes, porém, quando bacteriana, antibióticos podem ser receitados para que o agente causador seja eliminado com maior eficácia do organismo em que se hospedou.

Ao seguir esses cuidados da maneira correta, os sintomas costumam desaparecer em 2 ou 3 dias.

Cuidados primários

Dentre os cuidados básicos que você deverá seguir, pode-se destacar 6:

  • Descanso:durante o repouso, o seu corpo foca toda a sua energia em combater a infecção;
  • Líquidos:ao beber bastante líquido, a sua garganta evita de ficar seca e tornar-se ainda mais desconfortável;
  • Solução com água e sal: fazer gargarejo com uma solução feita de água e sal pode ajudar a melhorar o desconforto;
  • Umidade:umidificadores de ar podem remover a irritação que o ar seco provoca;
  • Evitar agentes irritantes: afastar-se de substâncias tóxicas, como a fumaça do cigarro, pode melhorar na recuperação.

Cirurgia

A cirurgia para a remoção das amígdalas, também conhecida por amigdalectomia, é sempre uma ótima opção para os pacientes que se enquadram em algum desses critérios abaixo:

  • Dor de garganta causada por amigdalite;
  • Episódios de dor de garganta que fazem com que ela pare de funcionar normalmente;
  • 7 ou mais dores de garganta, tratadas corretamente, no último ano;
  • 5 ou mais dores de garganta, em cada ano, nos últimos dois anos;
  • 3 ou mais dores de garganta, em cada ano, nos últimos três anos.

O processo de cirurgia é feito sob efeito de anestesia, dura entre 30 a 45 minutos, é feita com mais frequência em crianças e o paciente recebe alta no próprio dia ou, no máximo, no dia seguinte.

Recuperação da cirurgia

Após receber alta, o paciente deverá ficar em casa por 7 a 10 dias, a fim de se recuperar totalmente da cirurgia. A dor de garganta, independente de sua intensidade, é normal de acontecer. Para isso, o médico responsável pelo caso indicará medicamentos para o alívio da dor. Algumas crianças sentem, ainda, dores nas orelhas, mandíbula e pescoço.

Durante esse período de recuperação, os cuidados básicos para auxiliar em todo o processo são o descanso suficiente e a ingestão de muito líquido. É recorrente acontecer quadros febris no paciente, mas se for constatado que ela está acima de 38ºC, o médico deverá ser consultado imediatamente.

Complicações

Normalmente nos casos de amigdalite é comum um abcesso se desenvolver lateralmente às amígdalas, caracterizado por acumulação de pus. A esse abcesso dá-se o nome de abcesso peritonsilar. Além dessa complicação, para quem sofre de amigdalite do tipo crónico é comum sofrer com problemas como roncos, respiração oral, problemas no sono e apneia do sono obstrutiva. Todos eles são causados pela hipertrofia das amígdalas.

Há, ainda, algumas outras complicações desenvolvidas por conta da evolução da doença. São elas:

  • Dificuldade para respirar, por conta da obstrução das vias respiratórias;
  • Desidratação, por conta da dificuldade em ingerir líquidos;
  • Faringite bacteriana.

Em casos extremamente raros, consequências mais sérias também podem acontecer caso o paciente não tome os antibióticos prescritos corretamente. Dentre elas encontram-se:

  • Febre reumática: inflamação que afeta o coração, as juntas e outros tecidos do organismo;
  • Glomerulonefrite: inflamação nos rins que dificulta a remoção de resíduos e excesso de fluidos do sangue.

Prevenção

Pelo fato das amígdalas serem uma forma de prevenir diversas infecções, não há uma maneira concreta de prevenir a sua infecção. Entretanto, há algumas medidas que podem ser tomadas para que a amigdalite seja menos frequente:

  • Ingerir alimentos que possuem vitaminas, como frutas, verduras, legumes e peixes;
  • Evitar situações que impliquem muito na mudança de temperatura do corpo, como beber água muito gelada, andar descalço e molhar-se na chuva;
  • Evitar cigarros, pois pessoas fumantes são mais propensas a adquirir a doença;
  • Evitar lugares com ar-condicionado, pois o mesmo resseca a mucosa e diminui a resistência das amígdalas.

A amigdalite é uma doença muito comum e, muito provavelmente, as dores de garganta recorrentes do seu filho podem indicar um quadro típico dela.

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