7 doenças mais comuns da infância

As 7 doenças mais comuns da infância

Dentro do útero, o bebé não entra em contacto com vírus e bactérias. Portanto,  o seu organismo desconhece esses agentes. Entretanto, quando ele vem ao mundo, fica à mercê desses micro-organismos. É por isso que problemas como otite, dor de garganta e outros quadros infecciosos afectam as crianças.

parto normal é a primeira contribuição que você pode dar à saúde do seu filho, pois o contacto dele com as bactérias do canal vaginal ajuda a desenvolver resistência. Amamentar também é fundamental. Por meio do leite, a mãe transfere substâncias que actuam como anticorpos no organismo da criança. É por esse motivo que o aleitamento deve ser exclusivo até os 6 meses e complementar até os 2 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

O terceiro passo é o cuidado com a introdução alimentar, incluindo frutas, hortaliças, carnes e leguminosas no cardápio infantil, a partir do segundo semestre de vida. Assim, você garante energia, vitaminas e minerais. Por fim, ensinar o seu filho a lavar bem as mãos – especialmente ao chegar da rua, depois de brincar ou de usar o wc, e antes das refeições – ajuda a mantê-lo livre de vírus e bactérias. Mesmo com tanto cuidado, é possível que um problema ou outro surja de vez em quando, especialmente quando o seu filho frequentar a escola e entrar em contacto com outras crianças.

Veja as doenças mais comuns nos primeiros anos e como contorná-las:

ALERGIAS

Três por cento das crianças sofrem com quadros alérgicos.  Os de origem alimentar são normalmente provocados por alguma proteína, conservante ou corante, causando dores abdominais, comichão, erupções na pele e até dificuldade respiratória. Leite de vaca, clara de ovo, soja, trigo e peixe encabeçam a lista dos ingredientes causadores desses episódios. A alergia ao primeiro alimento é a mais comum na infância e pode apresentar sangue nas fezes como sintoma adicional. O tratamento consiste em retirar da dieta o alimento. Em fase de amamentação, pode ser necessário excluir o item da alimentação materna, já que ele pode passar para o bebé por meio do leite.

Quando se trata de alergia respiratória, ela pode manifestar-se tanto como rinite, caracterizada por espirros e congestão nasal, quer em forma de asma, quando acomete os brônquios, ocasionando dificuldade respiratória, chiado no peito e tosse, entre outras complicações. Os agentes promotores dessas crises variam de uma criança para outra, mas, entre os principais, estão os ácaros, presentes em roupas e cobertores, o pólen das flores, a poeira e os pelos de animais.

A estratégia de prevenção também consiste em manter a criança longe dos possíveis causadores. Por isso, deixe o ambiente sempre limpo e arejado, evitando bichos de peluche e outros objectos que possam acumular poeira no quarto do seu filho. Um especialista irá orientar o tratamento com remédios, sejam para os momentos de crise, sejam para uso contínuo. Picadas de insecto também têm potencial de desencadear alergia, com comichão e vermelhidão, que duram até dez dias. O pediatra pode prescrever um tratamento com anti-histamínicos.

INFECÇÃO NO OUVIDO

A chamada otite média surge quando há acumulação de secreção no canal auditivo, devido a gripes e resfriados, ou do próprio leite, que pode escoar ao amamentar com o bebé na horizontal, tornando o ambiente propício à proliferação de bactérias. Em geral, o problema se manifesta pelo menos uma vez até os 5 anos e pode exigir tratamento com antibióticos. No caso dos bebés, é fundamental ficar atento a sinais como choro intenso e febre. Existe ainda um quadro mais brando, a otite externa, que geralmente ocorre por excesso de humidade. Secar bem os ouvidos com uma toalha, após o contacto com água, é a melhor forma de diminuir a ocorrência – o uso de cotonetes é contra-indicado, porque eles empurram a cera para os tímpanos e diminuem a protecção do conduto auditivo.

INFECÇÃO NA GARGANTA

Falta de apetite e febre alta, em geral, caracterizam as infecções de faringe e amígdalas, causadas por vírus ou bactérias. O tipo viral ocorre com maior frequência até os 2 anos e é comum haver três episódios por ano – o contágio dá-se por contacto com saliva infectada e outras secreções. A dor incomoda por três dias e o tratamento, com analgésicos e antitérmicos, visa o alívio dos sintomas até que a doença regrida espontaneamente. Já as bactérias desencadeiam um quadro intenso, comum entre 3 e 6 anos, que requer uso de antibióticos. Mas atenção: é preciso seguir à risca a duração, os intervalos e as doses do remédio, caso contrário, os micro-organismos podem tornar-se resistentes. Episódios muito recorrentes podem exigir uma cirurgia de extracção das amígdalas.

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CONTAMINAÇÕES

Vírus, bactérias ou parasitas, presentes na água ou alimentos contaminados, podem invadir o organismo e provocar vómito, flatulência, diarreia e dores abdominais. Embora pareça algo corriqueiro, a diarreia está entre as principais causas de morte infantil, devido à desnutrição e desidratação, resultantes dos quadros mais graves. Fundamental em todos os casos, o tratamento inclui a ingestão de 50 a 100 mililitros de soro caseiro por dia (para um litro de água, adicione 3,5 gramas de sal e 20 g de açúcar) e um cardápio rico em alimentos de fácil digestão, como legumes, verduras e frutas. O leite materno ajuda na recuperação.

Varicela..

… rubéola, sarampo… Causadas por vírus, essas doenças são transmitidas por meio da saliva e levam de 5 a 14 dias para entrar em remissão espontânea. O tratamento consiste no alívio dos sintomas, com analgésicos e antitérmicos, e na prevenção de complicações – como a pneumonia, no caso do sarampo. Todas são passíveis de prevenção com a mesma vacina, chamada de tetra viral, aplicada em dose única, aos 15 meses de vida. Cada problema tem as suas particularidades, mas sintomas como febre, prostração, manchas no corpo, tosse e falta de apetite devem ser relatados o quanto antes ao pediatra. Se houver contágio, restrinja o contacto com outras crianças para prevenir a transmissão. Nesse caso, ofereça ao seu filho bastante água, hortaliças e frutas para aumentar a sua resistência. O repouso também é essencial. Outro alerta é que a mãe pode transmitir rubéola ao bebé no primeiro trimestre de gestação. Por isso, mulheres que pretendem engravidar devem fazer exames para detectar se são imunes ao problema. Se não, precisam tomar vacina.

REFLUXO

O refluxo, frequente no primeiro ano de vida, não está relacionado à imaturidade do sistema imunológico, mas do digestivo. Ele ocorre quando o alimento chega ao estômago e volta para o esôfago. Nos primeiros meses, o facto de a criança ingerir apenas líquidos intensifica esse retorno. A boa notícia é que o problema tende a diminuir à medida que ingredientes sólidos forem incluídos no cardápio. Uma dica para amenizar o desconforto é amamentar em posição vertical e não exagerar na quantidade de leite. Colocar o bebé para arrotar em pé no colo, por cerca de 20 minutos, também facilita a digestão. Quadros severos podem exigir o uso de medicamentos.

GRIPE E RESFRIADO

Apesar de parecidos, gripe e resfriado têm características diferentes e são causados por vírus distintos. Nos dois casos, a principal forma de contágio é a saliva, eliminada durante tosses e espirros. O resfriado costuma ser mais brando, com irritação das mucosas. Já a  gripe inclui febre, dor muscular e cansaço. Nas duas situações, o tratamento serve para aliviar os sintomas, uma vez que o problema regride automaticamente. Manter a hidratação, com chás, água e sumos, acelera a recuperação. Para prevenir os quadros gripais, é recomendada a vacinação a partir dos 6 meses. A bronquiolite, uma infecção nos bronquíolos, também é comum em bebés prematuros e crianças de até 2 anos. Causada principalmente pelo vírus sincicial respiratório (VSR), promove febre, dificuldades para respirar, tosse e chiados no peito. Em casos graves, requer internamento hospitalar. A forma de contágio é a mesma da gripe. Por isso, evite levar a criança a locais com aglomeração de pessoas ou outros bebés doentes. Prematuros devem receber aplicações mensais de palivizumabe, um remédio à base de anticorpos, que evita a infecção pelo VSR, especialmente perigosa para essas crianças.

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